Rascunho 42 - 'Janela'
Corro para a frente,
A saber do que fujo.
Quero voltar a ser eu,
Deixar de ser um ser sujo.
Chegado ao destino,
Atiro-me da Janela.
Procuro voltar a ver-me,
No que vejo depois dela.
No salto, as palavras voam-me da boca.
Gritam ao vento que a minha alma está oca.
Os gritos que dou são de punho cerrado,
Mostram-me triste... Mas não acabado.
Eu quero saber como te matar em mim.
Quero saber viver sem pensar em ti.
Não quero mais de ti.
Não me quero mais triste.
A fraqueza que agora lês,
Já foi a Força que viste.
Vou desenhar-te numa pedra
E atar-lhe o nosso amor.
Quero livrar-me de ti
E deixar de sentir seja o que for.
Quero quase matar-me
Ou perder a memória.
Quero acordar de manhã
E não saber a nossa história.
E quero olhar para trás, sem que me sopres ao ouvido.
Quero olhar p'ra frente, como se não tivesses existido.
Quero matar-te em mim, mas não sei como fazê-lo
És quadro de Maluda... Janela pintada a cada toque singelo.
Tiago do Paço, 25 de Maio de 2012.
Comentários
Enviar um comentário