Agora que não estás mais aqui.

Levaste-me tudo naquele último olhar.
Que retrato tão puro de nós.
Foi exactamente o que somos.

Tu, de costas para mim, parece que foges sem me veres.
Eu, de frente para ti, procuro-te na multidão e vejo-te de fugida.
Volto a perder-te. Não te encontro.
Quando te volto a olhar estás mais perto que nunca e senti o teu cheiro. Tão puro, tão teu. Desculpa-me: Tão nosso.

Passas por mim e segues... Não me vês. Sentes-me.
Sei de ti naquele preciso momento.
Sei que é a última vez que te vejo. 
Sem planos ou tentativas falhadas eu vejo-te e tu olhas-me.

Ficas de frente enquanto me foges e eu quieto fiquei a olhar-te... 
A rir-me do destino malvado que me fez olhar para ti de novo. 
Naquele teu último dia, naquele nosso último momento.

Agora és tu que me vês e eu que te olho.
À medida que me desapareces eu digo-te
'ainda te amo'.
Tu não me ouviste. Sentiste-o, tenho a certeza.

Agora que não estás mais aqui.
Não te procuro nas ruas, nas estradas ou nas pessoas.
Não te procuro.


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