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A mostrar mensagens de março, 2011

À chuva

Q uero dançar à chuva. Quero pegar nela e dançar sem parar.  Quero ver-te chegar.  Ao longe, com o mar a almofadar-te os pés, vais-te rir e andar para mim, sem parecer que o queres fazer. Dás-te a mim a dizer-me que não, que não queres. Deixas cair os sapatos na areia e esperas. Mordes o lábio e sorris, enquanto encolhes os ombros e desvias os olhar. "Dança comigo..." é o que ouves. Sorris outra vez. Dizes que não, tão típico de ti. Sorrio. Agora, o que nos separa é o silencio, o melhor que já ouvira. Um silencio de tal ordem sedutor que o mar ali tão perto não ousa questionar. Já não ouvimos nada, já não somos dois. Já não sou eu que danço, nem tu que não danças, são os deuses que brincam. Avanço para ti, já de sorriso na cara e peço-te a mão. Acedes e olhas-me nos olhos. Já nos sentimos perto, tão perto que dividimos a respiração e o batimento é uno. Puro. Começa a chover e dançamos. "Sem musica?" perguntas. Rio-me, "Não ouves?".

Domingo à noite

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