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A mostrar mensagens de julho, 2012

Rascunho 27 - Quem me dera...

Quem me dera que soubesses tudo o que não falo, Quem me dera que o nosso silêncio tivesse um intervalo. Quem me dera que o silêncio me criasse palavras novas. Quem me dera falar contigo. Sem vergonha ou revoltas. Quem me dera ser teu amigo, criar uma nova primavera. Quem me dera que tudo isso fosse possível... Oh, quem me dera... Hoje: Que violência é a diferença do que sinto, com a angústia do que sentia. Há-de custar... mas há-de passar!

Rascunho 42 - 'Janela'

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Corro para a frente, A saber do que fujo. Quero voltar a ser eu, Deixar de ser um ser sujo. Chegado ao destino, Atiro-me da Janela. Procuro voltar a ver-me, No que vejo depois dela. No salto, as palavras voam-me da boca. Gritam ao vento que a minha alma está oca. Os gritos que dou são de punho cerrado, Mostram-me triste... Mas não acabado. Eu quero saber como te matar em mim. Quero saber viver sem pensar em ti. Não quero mais de ti. Não me quero mais triste. A fraqueza que agora lês, Já foi a Força que viste. Vou desenhar-te numa pedra E atar-lhe o nosso amor. Quero livrar-me de ti E deixar de sentir seja o que for. Quero quase matar-me Ou perder a memória. Quero acordar de manhã E não saber a nossa história. E quero olhar para trás, sem que me sopres ao ouvido. Quero olhar p'ra frente, como se não tivesses existido. Quero matar-te em mim, mas não sei como fazê-lo És quadro de Maluda... Janela pintada a cada toque singelo. Tiago do Paço,

Last Draft - " A História do Rapaz"

Este banco guarda uma história. Uma história de encantar. E se este banco falasse, Ninguém ia acreditar. Este banco sabe tudo, Porque um rapaz lhe contou. Eram duas almas gêmeas. Que a vida não juntou. Este banco já sentiu, As saudades do Rapaz. O rapaz que decidiu Nunca mais olhar p'ra trás. Neste banco nunca houve Heróis do mar ou de areia. Este banco conta apenas... O amor do rapaz pela ...sereia.

Rascunho 35 - "Long ago...."

As lágrimas que não vês, São as saudades que te tenho… Estão descritas em papel, Seja em verso ou em desenho. Quando é que me escreves? Quero saber de ti. Estou cansado de silêncio… Quero sentir o que senti. Passas por mim calada, E apitas-me do carro, Levas contigo o sufoco Da saudade a que me agarro. Vejo-te correr no jardim, Mas não deixo que me sintas. Quero saber se, no fim… Me procuras ou me fintas… Entendam a necessidade de (finalmente) exteriorizar… Entendam que a sensação de nudez… liberta! E eu quero ser livre!

Tão bom.

"Ontem as águas estavam serenas, Mantinham a distância certa. Éramos cúmplices apenas Sem ter o coração alerta. Amiga era um sentimento Sem fazer calor nem frio. Tudo entre nós era simples Como as coisas em pousio. Foi qualquer gesto que fizeste Qualquer coisa que disseste Que mudou a situação. Amo-te sem dares por nada... Eu próprio não dou por isso. Cada olhar, cada risada É um terreno movediço. Dou passos de sapador, Tão assustado e confuso. Nesse campo minado do amor Sou o mais vulgar intruso. Foi qualquer gesto que fizeste, Qualquer coisa que disseste Que mudou a situação. Amiga é um termo dúbio Desses que a língua contém. Vê-se a linha de fronteira Dá-se um passo e está-se em terra de ninguém."                           By Rui Veloso.
Eras fogo a tocar no meu corpo. Eu era fogo a tocar no teu. E tudo o que nós tocámos... Foi o tudo que ardeu.