A percepção da morte quase que me mata por si só.

A noção de fim corrói-me até ao mais íntimo de mim. talvez por adorar viver e por sentir que isto de viver todos os dias vale muito a pena. É uma pena acabar um dia.

Este medo que me assalta em noites que não se anunciam deixa-me intrigado. Apresenta-se pela calada, trai-me a calma e afasta-me do sono. É um medo egoísta. Muitos têm medo de ver morrer quem amam. Mais medo até que a própria morte. Eu tenho mais medo de morrer que ver morrer, com uma única excepção, que é alguém muito acima de qualquer medo ou sentimento humano.

E vou seguindo neste terror inconstante. Eu Tenho medo de morrer. A noção de fim dá cabo de mim. É aqui que invejo verdadeiramente quem têm fé num deus qualquer.


Esta coisa de saber que, num dia, num momento, deixarei de ser eu, deixarei de pensar, de sentir, de viver é um tormento. Não sei lidar com esta falha arrogante que o ser humano tem.

O aperto começa com o pensamento a desviar-se um segundo a pensar no que não deve.. A bola de neve começa e fica imparável. As frases de medo começam baixinho "quando será?", "como será?". Confesso que lido bem com este início. Mas o sufoco começa com:

"O que há depois?".  "Nunca mais serei nada".

Esta noção de fim que não compreendo acaba comigo. É o Fim Absoluto. Não consigo aceitar que terei de desaparecer.

Que me desculpe quem já faleceu.. Mas eu acho verdadeiramente injusto eu ter de falecer. Pensar nisto é de uma agonia tal de me tirar o ar. Não sei racionalizar a morte. Nem sequer sei se quero. Só quero que não custe pensar nisto. Só quero aceitar essa condição inevitável de fim..

... Pensando bem... O que quero mesmo é não falecer.

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