Poema do Silêncio


Falo com o Silêncio, mando-o ir-se embora,
Pede-me para o ouvir, que ainda não está na hora.

Peço-te que saias, mas não me queres deixar.
Começo a ficar farto, começo a fraquejar.
Fazes-me parecer forte, fazes-me parecer vestido
para depois me afogares no teu silêncio sem sentido.

Atas-me as mãos, para calares a revolta,
Forço-te à briga, mas tu dás-me a volta.
"Deixa-me em paz, estou farto desta merda"
Ris-te e fazes pouco. Sabes que a fonte está deserta.

Reduzes-me ao silêncio, quando eu não me quero calar,
Sugas-me a vontade, a vontade de lutar.
Vais-me então roubando e levando pedaço a pedaço
Para me deixares assim, enrolado no meu próprio cansaço.

Fazes de mim o que queres, quando não me queres fazer nada
Mostras-me o caminho, mas não me deixas fazer à estrada.


Quero saber deste silêncio, desta pouca escrita
Quero voltar a ser eu, livrar-me desta fase maldita!
Não quero ser assim, não quero ser humano.
Quero ser letra cantada, numa melodia de piano!


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