Quanto vale um "amo-te" ?

Quanto vale um "amo-te"?

Todos nós já tivemos um amor pelo qual somos capaz de tudo. Aquele amor que,  mais do que nos fazer querer  escrever nas árvores, que nos fazer querer saltar de um arranha-céus, mais até do que acordar de sorriso tonto na cara... nos faz sentir completos. Loucos. Heróis. Perfeitos... 

Aquele amor que é o nosso mundo e a nossa dependência, que tem a habilidade de se transformar na essência de tudo o que somos ou que queremos ser.

Quero chegar àquele amor verdadeiro, que, de tão verdadeiro que é... resiste à força do tempo. 

Estou a pensar num amor daqueles que parecem estar desenhados nas capas de romances de livraria. Um amor daqueles de anúncio de perfume em época de Natal. Um amor daqueles que, como os livros, resistem à dureza do tempo. Um amor que se renasce todos os dias e que nos dá a certeza de que é para sempre.

Um amor que todos à volta admiram e até, quase secretamente, invejam a capacidade de tal dedicação e entrega. 

Sim.. esse amor de suspiro, de sorriso nos lábios e de magia no cabelo. De loucura na cama e de beijinhos na testa. De manhã cheias de sol e de tardes na praia. De noites sem fim e de brilho nos olhos. De vestidos e rosas ou de tabuleiro na cama. 

De adormecer de mão dada ... 

De acordar com beijinhos... todos - eu reforço - todos... os dias!

Para este amor... Quanto vale um "amo-te" ?

Se pensar devagar e com calma, acho que todos nós conseguimos amar desta louca maneira... mas uma só vez. É Matemático.

Conheço histórias de quem amou assim quem devia;
Conheço quem amou assim quem não devia;
Conheço quem deveria ter sido amado assim e não foi;
Conheço, também, quem não deveria ter sido e foi;
Não conheço ninguém que conseguisse amar assim duas vezes...
(Façam vocês o exercício...)

Pois bem... 

Podia (e se calhar devia) continuar com os floreados todos que mostram um dos lados - o mais cinematográfico - do que é para mim "gostar como o noah gosta".  

Mas quando a verdade cai connosco quando nos deitamos na cama sempre mais fria que o suportável e com tanto espaço que até magoa, aí vemos o quão  duro e cruel pode ser este amor quando o nosso mundo acaba. 

É este amor de Capa de Romance que nos faz esquecer tudo o que somos e que nos faz perder o amor próprio sempre na esperança de que a vida nos traga um novo rumo. É este amor que nos faz, em primeiro "tentar tudo"  para depois  "tentar desistir"... quando, no fim... é "desistir de tentar desistir" e esperar que o tempo, aquele estranho fenómeno que durante tanto dele não pareceu afectar... faça o seu trabalho e esconda  o que deve esconder.

Porque um Amor à Notebook, fica gravado tão no fundo que se espalha por pedaços de nós que nem nos atrevemos a conhecer, pois daí à loucura... são dois pequenos passos de raiva.

E agora... Quanto vale um "amo-te" ?