hipotética (!) Pág. 76

"Sim, sou infeliz e não quero ser ajudada. Não quero que queiras tomar conta de mim, não quero que sintas compaixão por mim, não quero que sintas absolutamente nada por mim. Quero que vires as costas e que faças o que vi toda a gente fazer: ir na direcção oposta. Sei que vais dizer-me que não tem de ser assim, que contigo vai ser diferente e que me vais fazer feliz. Vais tentar mostrar-me que sou infeliz mas eu poupo-te o esforço. Eu não sou feliz. Não sou a outra metade de ninguém e não recebo flores. Aliás, se analisarmos bem já nem sequer sou o eixo principal de mim mesma. Sou uma sombra do que fui ou do que sonhei um dia ser. 
Como tal, vai seguir a tua vida e, talvez um dia, vais lembrar-te de mim. Não te iludas, vai-te custar a  lembrar de como me chamo e nem sequer vais saber como sou ou as feições que tenho. Vou ser uma sombra de pequenos "se's" na tua vida. Provavelmente vais sorrir e atirar uma qualquer frase feita, mas eu não vou ser mais do que isso mesmo na tua vida. Agradeço-te mas não quero, obrigado."

Baixa a cabeça, respira três vezes e volta a levanta-la. Sim, chora... mas de sorriso nos lábios, sempre. Ganha coragem e prossegue.

"Deves-me achar parva. Deves achar que o meu amor próprio se foi à tempo de mais e que sou um caso perdido de infelicidade extrema. E és capaz de ter razão. Talvez seja tudo isto. Mas compreende uma coisa: Eu nunca fui o centro de ninguém, nunca fui "actriz principal" de nenhum romance real. Entendes? ... Claro que não entendes, já foste o centro de alguém, certamente. O meu nome não tem peso na vida de ninguém. Sou só a Noa. A vida pode passar mais devagar ou mais depressa que eu pouca diferença farei a alguém. Mas ele... ele é o único que me conhece verdadeiramente, mesmo que não me faça sempre feliz. Ele é o único que me liga, que pergunta como estou e que refila quando a comida tem sal a menos. 
Ele foi o único que amei até hoje e se me perguntares porque não o deixo, a resposta é simples: Porque, sem ele, eu não tenho mais ninguém. Sem ele, eu não sou nada!"


by me. Sempre.


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