"Tu gostas de ti?"

Perguntou-me no que poderia chamar de pergunta espelhada. No fundo, penso que o que queria era "bater umas bolas" sobre o tema, como se faz no Tênis.

Ela Perguntava. Eu respondia. Eu perguntava. Ela respondia.

Eu disse que sim à pergunta que me fez. "Eu gosto de mim".
O "set" acabou e mudamos de assunto mas a pergunta ficou-me, como que aquela última bola de tênis que nunca pára de saltitar.

Talvez não goste tanto como pense. Talvez goste da ideia que tenho de mim. Talvez ignore a parte mais sombria, pesada e escondida.
Daí que me iluda com a imagem que criei.
Preciso de uma coragem superior que me faça encarar de frente os meus fracassos, visíveis aos olhos de todos.

Vejo que me confronto tão poucas vezes. Estou tão pouco tempo com o pior de mim que parece que não me faço mal. Consigo criar um mundo paralelo quase tão perfeito onde tudo está no seu lugar, na sua posição, porção e onde tudo faz sentido. Enquanto isso está um elefante na sala há 30 anos e eu nunca fiz nada.

Não estou a tentar ter pena de mim. Quero, pelo contrário, agitar-me, revoltar-me com a parte falhada que sou.

Já ninguém espera nada de mim. Talvez nem eu.







Comentários

  1. Bater umas bolas sobre o tema? eheheh está boa essa.. e sim era isso.
    mas estás enganado tu esperas de ti o que achas que podes dar de ti, que podes ser. E somos sempre, pelo menos um pouco, do que queremos ser... pois não é o que desejamos e queremos que diz também a pessoa que somos? Alguns querem carreiras, outros querem carros, há uns lunáticos que querem o amor com ganas selvagens, e outros, outros só queriam saber como fazer para gostar de si mesmos... o que queremos diz muito do que somos, mesmo que não o tenhamos, é o querer, é o sonho que talvez nos defina, não a realidade que amanhamos... ou não chegaríamos sequer a ser pouco.
    beijo. miúdo

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